O mercado imobiliário no Brasil é muito resiliente. Tivemos várias crises no país e situações críticas na economia e o mercado se recuperou rapidamente. Depois veio a pandemia, o mercado despencou, mas, com a mesma rapidez, subiu novamente e, em menos de dois meses, estava ativo. Fechamos 2020 no mesmo patamar de 2019, ou seja, não perdemos nada. Em 2021 crescemos 26%, um grande crescimento em relação ao primeiro ano da pandemia. Em 2022 nós crescemos 12% e 2023 em torno de 20%. Tenho convicção absoluta que, em relação à 2024, haverá um crescimento em torno de 20%”, disse o presidente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci), João Teodoro. Segundo o executivo, mesmo com a Selic já ultrapassando a casa dos 10%, o mercado irá se adaptar.
“Houve épocas em que tivemos um grande crescimento com casas populares, por meio do programa do governo Minha Casa Minha Vida, mas, agora, com os recursos escassos, o segmento de alta renda se sobrepõe e puxa esse percentual de desenvolvimento”, explica.
Já de acordo com o CEO da B2B Gestão de Lançamentos Imobiliários, Luciano Castilhos, para o este ano, a perspectiva é que as empresas do setor imobiliário escalem ainda mais seus esforços em programas habitacionais como o Minha Casa, Minha Vida. Para ele, a combinação de demanda reprimida, incentivos governamentais e potencial de crescimento sustentado coloca o Minha Casa, Minha Vida no centro das atenções de construtoras interessadas em aproveitar o momento.
“A estimativa é que esse déficit habitacional brasileiro ainda seja superior a sete milhões de unidades e o programa pode ser fundamental para reduzir essa lacuna. Ou seja, ao ampliar o acesso à casa própria, contribui para a inclusão social e melhora a qualidade de vida de milhões de famílias brasileiras”, comenta o executivo.
Segundo ele, embora o programa exija flexibilidade para lidar com margens mais apertadas e o ambiente desafiador, as oportunidades de longo prazo são contundentes. “Apesar de todos estes desafios, o programa continua sendo uma alternativa valiosa de crescimento e consolidação no setor imobiliário brasileiro.” Além do impacto social, o programa também traz benefícios para as construtoras. Segundo o executivo da B2B, ao direcionar os esforços para o Minha Casa, Minha Vida, as construtoras podem aumentar sua produção e, com isso, consolidar sua posição no mercado.
“Apesar de todos estes desafios, o Minha Casa, Minha Vida continua sendo uma oportunidade de crescimento para o setor imobiliário brasileiro e as construtoras que souberem aproveitar as vantagens do programa e se adaptarem às suas exigências poderão se destacar no mercado e contribuir para o desenvolvimento do país”, destaca Luciano.
Para além dos números, o impacto social do Minha Casa, Minha Vida se mantém como um diferencial importante. Desde sua criação, o programa vem sendo um divisor de águas no setor imobiliário direcionando subsídios e condições especiais de financiamento para famílias de baixa renda. Para Castilhos, em 2025 essa dinâmica promete se intensificar graças à ampliação das faixas de renda atendidas pelo programa, que atualmente contempla famílias com rendimentos de até R$ 8 mil. “A inclusão desta faixa mais ampla de público elevou o protagonismo do Minha Casa, Minha Vida como catalisador de novos lançamentos imobiliários, que hoje representam mais de 50% de todos os projetos residenciais no país”, finaliza Luciano.